O que você quer ser?

Falar, estudar, entender o Direito é um desafio. (ao menos pra mim)
Eu não sei se isso acontece com todos os estudantes, mas a 3 anos atrás quando entrei na faculdade, nunca vou esquecer a sensação de insegurança que me tomava para falar sobre qualquer coisa da área.
A idéia que me vinha a mente era a de que tudo que havia aprendido no 2º grau até então poderia ser descartado, pois de nada iria me servir dali por diante. (A não ser pelas breves considerações de concordância.)
Minha primeira dificuldade foi o ''juridiquês'', idioma paralelo ao português que embora tenha seus princípios firmados na língua nacional, seus termos técnicos fazem realmente parecer um idioma estranho. Jurisprudência, legítima defesa putativa, exclusão de antijuridicidade, interdito proibitório, repetição de indébio, são exemplos desse idioma novo. Isso sem falar nos termos que são usados em latim. É uma nova gama de dizeres, que devem ser aprendidos, para que o profissional se torne digno de estar em meio aquele pequeno ciclo de entes jurídicos, cheios de si e tão bem resolvidos.
Na primeira semana de aula o professor de Introdução ao Direito, perguntou a cada aluno da sala:
_Em que área jurídica vocês almejam atuar? Ou seja, O que você quer ser?
Aquele momento pra mim foi atormentador, porque além de achar que eu era a única pessoa que não entendia o que eles (os professores) estavam falando ali em latim, todos os outros alunos pareciam ser bem mais seguros sobre o que queriam ser.
Uns disseram que queriam ser Juízes de Direito, outros Promotores de Justiça, outros Procuradores, etc. Gente, ainda hoje eu não sei ao certo o que um Procurador de justiça faz.
Mas como não queria mentir pra mim mesmo, disse:
_Professor, estou aqui para descobrir. Realmente, ainda não sei!
Nessa momento todos olharam pra mim, não sei se me condenando ou simplesmente se confortando por estar se sentindo da mesma forma.
Foi uma situação adversa, mas bem construtiva, pois depois do questionamento, assim que cheguei em casa fui correndo na internet descobrir todas as possíveis áreas de atuação.




Obs.: A fonte de inspiração para fazer esse post foi o artigo do Juíz de Direito George Marmelstein Lima, com o título "Por que é tão difícil estudar Direito?" Realmente muito bom indico a leitura, caso interesse Clique Aqui

Pé direito.

Pois bem, como tudo tem um início é assim que está sendo o meu.
Sou aluno do atual 7º Período de Direito da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), localizada em Caruaru-PE, tenho 20 anos e estou prestes a entrar nos 21. (Já ouviram falar na crise dos 30? Pois talvez exista também uma crise dos 20, menos comentada, pela qual estou passando exatamente agora.)
Sou um jovem normal e como todos eles, sou ligado a internet, música, festas, etc. Mas estudo Direito, ciência cuja conceituação geral se resume a algo chato, lento, burocrático, etc. E os que se arriscam a estudá-la de forma geral, acabam criando em torno de si uma imagem esnobista exagerada. (Me desculpem os profissionais da área mas essa é uma opinião pessoal e intransferível, até segunda ordem.)
Eu não sou nada disso, não pretendo adquirir nenhuma dessas características mas mesmo assim continuo gostando da área jurídica. Então venho através desse blog, desmistificar o que hoje pode até ser considerado um tabu, senão em todo meio social, mas pelo menos entre grande parte do mundo jovem, do qual faço parte por esses dias.
Há muito tempo, venho tentando acertar, já quis ser de tudo um pouco, artista de cinema, cantor, médico. (Tanto, que já tenho outros blogs, tratando sobre coisas pessoais.) Mas o curso que escolhi pra mim foi o Direito. (E não acho que tenha sido uma escolha errada!)
Então, venho através desse blog, não só justificar minha existência, mas também ajudar a muitos outros jovens como eu a encontrar um foco, ou até mesmo uma saída dessa pressão louca no mundo transitório.
Afinal, a vida muda, basta ter 'animus domini' sobre ela própria e saber dar os passos certos na hora certa. Deu pra entender?